
- A instalação do centro está orçada em 9 milhões de reais
- Esses recursos serão fornecidos pela Polícia Federal, pelo Ministério da Justiça e BNDES
- O centro terá como objetivo coordenar as operações das polícias dos países amazônicos para combater crimes ambientais
- A Guiana Francesa também poderá ser convidada a se juntar ao centro
O Brasil está comprometido em estabelecer um Centro de Cooperação da Polícia Internacional em Manaus até o final deste ano, em uma iniciativa voltada para a segurança na Amazônia. Este centro, financiado pelo governo brasileiro, unirá as forças policiais dos oito países que compõem a região amazônica, além de potencialmente receber agentes dos Estados Unidos e da Europa.
A decisão de criar o centro foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Cúpula da Amazônia, em Belém, em 8 de agosto, e está sendo coordenada pela Polícia Federal e pelo Ministério da Justiça.
Segundo o diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, delegado Valdecy Urquiza, a meta é inaugurar o centro até dezembro deste ano. O Brasil assumirá integralmente os custos da infraestrutura do centro, bem como da chegada de policiais estrangeiros ao país.
A instalação do centro está orçada em 9 milhões de reais, com um orçamento anual de 7 milhões de reais para despesas operacionais, conforme o delegado Urquiza. Esses recursos serão fornecidos pela Polícia Federal, pelo Ministério da Justiça e com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que gerencia o Fundo da Amazônia.
A busca por um edifício para abrigar a unidade especializada já está em andamento, com o lançamento de um edital de chamamento público em Manaus, conforme informou o diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, delegado Humberto Freire.
O centro terá como objetivo coordenar as operações das polícias dos países amazônicos para combater crimes ambientais, como desmatamento e contrabando de recursos naturais, bem como a presença do tráfico de drogas na região. O conceito do centro foi inspirado nas experiências anteriores do Brasil em eventos esportivos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada.
Além dos oito países da região amazônica, a Guiana Francesa, uma região ultramarina da França na América do Sul, também poderá ser convidada a se juntar ao centro. Organismos policiais internacionais, como a Interpol, Europol e Ameripol, também serão convidados a participar.
O centro terá três principais áreas de atuação: intercâmbio de expertise, troca de informações de inteligência e cooperação jurídica para acelerar o compartilhamento formal de provas de crimes entre os participantes.
Esta iniciativa faz parte dos esforços do governo brasileiro para combater crimes ambientais na região amazônica, que se tornaram uma prioridade após críticas internas e externas à gestão anterior devido à omissão e estímulo a delitos por garimpeiros e fazendeiros no bioma. A criação da Diretoria da Amazônia e do Meio Ambiente pela Polícia Federal e outras medidas também fazem parte dessa estratégia.
Além disso, o centro poderá servir como um ponto de apoio para países europeus e da América do Norte que desejam colaborar na repressão e identificação da cadeia de produção de produtos ilegais provenientes da Amazônia.
A liderança do Brasil, que detém aproximadamente 65% da Amazônia, é considerada fundamental para o sucesso deste esforço regional de combate aos crimes ambientais e para mitigar os impactos das mudanças climáticas.