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Crescente Destruição da Amazônia: Alerta do MapBiomas

Relatório Anual Revela Aceleração do Desmatamento e Destaca o Estado do Pará

O MapBiomas, uma instituição de referência no controle da cobertura e do uso da terra no Brasil, divulgou na quinta-feira (31) seu relatório anual sobre as mudanças ocorridas em 2022. Desde o início do monitoramento em 1985 até o final do ano passado, o Brasil perdeu 96 milhões de hectares de vegetação nativa, uma extensão equivalente a 2,5 vezes o tamanho da Alemanha. No entanto, o aumento mais preocupante na devastação dessas áreas ocorreu na última década. Como em relatórios anteriores, a atenção dos ambientalistas continua voltada para o Norte do país, que concentra 78% do desmatamento total do território nacional.

Nesse contexto, o estado do Pará ganha destaque como o principal responsável por 75% da área nativa perdida na Amazônia Legal. A aceleração desenfreada do desmatamento na última década levou o governador Helder Barbalho a assinar um decreto de emergência ambiental em fevereiro, abrangendo 15 municípios paraenses. Esse decreto estabeleceu medidas rigorosas de combate aos crimes ambientais, incluindo o reforço da presença dos órgãos fiscalizadores por 180 dias. Cidades como Altamira e São Félix do Xingú, notórias pela violência e violação dos direitos indígenas, foram incluídas nas áreas de emergência, que viram a trágica morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira no ano passado. Andrea Coelho, assessora de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que participou da apresentação dos dados do relatório, afirmou: “Instalamos três bases fixas de monitoramento e conseguimos reduzir os alertas de desmatamento em 6% este ano”.

Para evidenciar a importância do Pará, no período de janeiro a julho, os alertas de desmatamento diminuíram em 7% em toda a região da Floresta Amazônica. No entanto, a maior parte do território paraense, cerca de 70%, consiste em terras federais, o que dificulta o acesso às informações cruciais. Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, destacou a necessidade de maior transparência nas autuações, afirmando: “Estamos trabalhando na transparência das autuações. Essas informações deveriam ser públicas, mas nem sempre estão disponíveis. Agora precisamos ter mais dados federais, essa centralização é fundamental para o monitoramento”.

O MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima em colaboração com uma rede de instituições, universidades, ONGs e empresas de tecnologia, busca fornecer à sociedade um material completo de registro ambiental. Os envolvidos entendem a urgência de expor o desmatamento silencioso e criminoso na Amazônia. Andrea, da Semas do Pará, ressaltou: “Isso retira do imaginário das pessoas a ideia de que o crime ambiental passa despercebido”.

Membro auxiliar da Comissão de Meio Ambiente do Conselho Nacional do Ministério Público, Tarcila Gomes, enfatizou a necessidade de melhorar a estrutura pericial na região Norte. Ela observou: “Há locais onde faltam estruturas permanentes e, às vezes, temporárias também. As estratégias de atuação precisam ser mais integradas”.

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Redação

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